essa é uma daquelas fases da vida em que tudo o que não se enxerga são formigas. elas te sobem pelo pescoço, te incomodam a calmaria da pele e não há nada que se possa fazer além de se estapear até que, sob a severa ilusão de que elas se foram, você se satisfaça e esqueça o que te incomoda. as formigas estão por toda parte, inclusive andando sobre os registros do seu passado, fazendo cosquinhas na sua memória, querendo colori-la de verde e branco e vermelho e azul e de todas as cores que te remetem ao cheiro daqueles doces e que já se haviam deixado da cor de um retrato muito, muito antigo. elas estão dentro do meu umbigo, saindo dos meus ouvidos e me roendo a lembrança de um dia bom e cheio de pernas. se elas ao menos deixassem em paz o calor daquelas pernas!
(vai sem revisão, mesmo. assim, como álvaro de campos, instrumento através do qual fernando pessoa se permitia derramar palavras sem remoê-las)
(vai sem revisão, mesmo. assim, como álvaro de campos, instrumento através do qual fernando pessoa se permitia derramar palavras sem remoê-las)
3 comentários:
consegui não ficar me coçando, mesmo depois de tanto estímulo (saindo pelos ouvidos wtf?)
formigas são um verdadeiro perigo...
sou cheia delas em mim...
british
Que bom que essa guria é das super positivas, o que a manterá longe de formicidas, e perto do cheiro de flores.
Ah, as de plástico não morrem, mas prefiro que a casa recenda a flores reais por um minuto a tê-las plásticas pra sempre. Não tem volta, elas não morrem!Credo!
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