Se eu escrevo, choro, rio, me perco ou me entrego, é porque alguma coisa eu tenho para mostrar. Este meu "eu" sem graça ou nexo, que roga por lapsos de euforia. "Eu" paradoxo e melodia, que não quer nunca parar. Que a alegria seja momentânea, duradoura, eterna. Inócua. Quero ser inquebrantável, leve e insana. Quero jogar beijos ao vento sem esperar tê-los de volta. Quero do mar o ar molhado de sal. Sentir o barulho das ondas e ter os pés cravados em conchas desiguais. Ter nos cabelos o vento e fazer do momento uma dança sem fim. Poder subir nas pedras e me jogar sem medo e gritar aos quatro ventos que só quero me descobrir. Talvez eu queira das montanhas o frescor da brisa e o perfume da flor. Aquela delicada flor do manacá. Talvez eu queira ouvir a água da cachoeira agredir as pedras de modo tão suave que não as faça rachar. Quero poder dizer ,sem pudor, que não senti, que eu não sinto. Que o meu desejo de euforia não passa de um capricho. Que toda a minha controvérsia se resume em um barroco porco e maldito. Que eu não sou o que eu queria ser: inquebrantável, leve e insana. Sou simplesmente alguém perdida na humilde complexidade do seu ser. Ou não ser? Eis a questão.
Texto do blog antigo. Dezembro de 2005.
Eu escrevia bonitinho, antigamente.
SENTIDOS (12)
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Velejo, vejo, desejo
e espero.
Há terra à vista
neste hemisfério.
Vejo passarem paralelos
e meridianos.
Sem nomeá-los ou numerá-los
eles vão me acompanha...
Há 13 horas
4 comentários:
Parva puella!!
"Texto do blog antigo. Dezembro de 2005.
Eu escrevia bonitinho, antigamente."
para quem postava nunca, até que postou muito ultimamente hein?!?
hehe
e resolvi postar soh pq vc me citou haha
beijo Bonitinha!
É só eu te ler preu te enxergar com, pelo menos, uns quatro metros de altura e uns oito de largura.
somos todos um pouco leves e insanos...
gostei do seu texto! =]
bjos!
"Eu escrevia bonitinho, antigamente."
Esse antigamente vai longe! Tenho cartinhas que comprovam isso.
E você ainda escreve bonitinho.
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