quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Hoje foi um treze de Setembro com cheiro de nostalgia. O ar esperava úmido que a chuva viesse abrir as portas para a primavera, que parece que vai se atrasar um pouco mais este ano. As fotografias e convites de formatura do terceiro período circulavam a sala de aula do terceiro ano e até os professores parecem ter se sentido envolvidos. Foi como se o nosso passado mais distante e delicioso estivesse desafiando o nosso futuro mais próximo e irritante: o vestibular. Não sei o porquê, mas hoje não tem cara nem de Segunda, nem de Sexta, nem de Domingo, nem de dia nenhum. Hoje tem cara de passado, um daqueles bem bons e com cheiro de terra molhada.

Lembrei-me de quando eu fingia que lia os quadrinhos do Chaves sentada no peniquinho. Ou melhor: fingia nada, lia com a imaginação. Vieram-me à mente todos os dias em que, sentada de maiô na grama, fui picada por formigas ou que cai de cabeça no chão. Os joelhos ralados em quedas bobas - mas humilhantes - de bicicleta, causadas por pequenos desequilíbrios ou pela atenção desviada por algum passarinho bonito, vieram lembrar-me de como eu era feliz com tão pouco. Era vida vivida.

Agora vivo praticamente em função do que me exigem ser. São 18h10min e eu escrevo, mas com o sentimento de culpa de não estar estudando Eletroquímica ou formando a minha opinião sobre a reestatização da Vale do Rio Doce. Afinal, devo preocupar-me com tudo mais do que comigo mesma. Eu sou secundária na minha própria formação. Passei a semana sentindo os meus sinus inflamados, balançando entre as minhas sobrancelhas, mas não pude ficar em casa um dia sequer para descansar e me recuperar.

É, então, com o objetivo de me polir como protagonista da minha própria vida, que começo este blog. Tenho outro (http://muddydoll.livejournal.com/), mas preciso de novos ares de papel virtual para deixar de ser a menina-cereja e começar a ser mais eu.

8 comentários:

Marcolino disse...

Deixa eu cuidar de você quando você não tiver tempo, deixa, deixa deixa? ;pp

Olha aí outra evidência daquilo que eu vivo te dizendo e você não compra: você é imensamente gigante, aí dentro desse um metro e meio de fofura. Como disse Caetano, "saudade até que é bom, melhor que caminhas vazio". Tem muita vida aí dentro, Joh. Muita vida já vivida (não só porque você já tem 18 anos, tempo não é um fator importante pra se ter vida vivida), e, mesmo que tenha pouca sendo vivida agora, tem muita pra ainda ser vivida. (desculpa a repetição =P )

Cê é igual 7 dividido por 0: por mais que pareça impossível, inexistente, é na verdade infinitamente grande (aprendi isso na aula hoje =P ). Não deixa esse denominador 0 te podar, só porque ele parece fazer aquele lindo 7 não valer nada; você é infinita apesar - e até graças a - ele.

;)*

prussiana disse...

Eu tenho certeza que você só é você hoje por sua causa, e sempre foi. Cereja coisa nenhuma: é JOHÍÇÊ! E ai de quem duvidar! ^^

prussiana disse...

Esqueci de uma coisinha: SIIIM! ;)

Anônimo disse...

pô, Jó!

vou entrar aqui sempre que puder.

^^

obs: somos muito novos para nos preocupar com o que os outros nos combram. viva. o tempo é curto demais. ^^

faça como eu! não faça nada! ;)

prussiana disse...

Hahaha! Pára de levar os outros pro mau caminho, Bábara! =P

Anônimo disse...

Pessoas, eu esqueci a minha senha, olha que lindo! =)

Marcolino disse...

Lindjo.

=P

Anônimo disse...

quem sabe o mau caminho não seja o melhor?

talvez ele nem seja mau, mas, sim, mal entendido. ;)